Soneto de FidelidadeDe tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu rio e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quanto mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.(Vinícius de Moraes)
hora de ter saudade
Houve aquele tempo.
E agora, que a chuva chora,
ouve aquele tempo!
(Guilherme de Almeida)
(Quem sabe a solidão, fim de quem ama)
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
sábado, 8 de agosto de 2009
"In a town that's cold and gray..."
Lá existe uma cidade enorme que foi feita por uma única pessoa. Talvez por falta de criatividade, quem quer que a tenha feito a fez com todas as casas iguais. A cidade se repete: quem anda por lá acredita estar em um labirinto enorme, nem mesmo as cores das casas mudam, pois todas são cinzas. O resultado é que realmente muitas pessoas acabam se perdendo e dificilmente conseguem sair sem serem encontradas por alguém.
Outro problema com a cidade é que os dias de Sol são muito raros, lá está sempre nublado e o céu é acinzentado, à imagem da cidade. Por causa dessa semelhança muitos moradores costumam olhar para o céu e assim tentar entender a cidade, ou então o frio que a cidade sente devido à distância do Sol ou de mais alguém.
Talvez o lugar não seja realmente tão grande quanto pareça, o que realmente o faz parecer enorme é o número de pessoas que você encontra lá, é possível passar dias sem ver ninguém. Esse é o fato mais importante sobre a cidade, ninguém se conhece lá, mesmo as pessoas que se encontram, apenas se vêem à distância. Não se sabe se as pessoas não conversam por terem desaprendido a falar ou se porque ninguém pode ouvir o que é dito... mas definitivamente esse silêncio faz parte do cinza da cidade.
Se você estiver procurando alguma coisa, cuidado para não encontrar essa cidade. Lá é um lugar para se perder e não se encontrar.
domingo, 12 de julho de 2009
Shy
http://fc02.deviantart.net/fs71/f/2011/238/1/8/shy_by_fabrium-d47wmnx.swf
I see your beautifull smile and I would like to run away from, reflections of me in your eyes...
I see, can't have you, can't leave you there 'cos I must sometimes see you... (hoping you will see me?)
"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara." (José Saramago)
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Só faltam algumas horas, mas ele já tem tudo arrumado para sair, impaciente, ele olha para a mesa e vê suas malas, a chave do carro e as passagens e ao vê-las, ele se lembra do tempo que ele passou procurando aonde iria, até que ele achou o lugar certo, o único lugar possível para ele...
Seu Marcos realmente está impaciente, para ele parece que o tempo não passa, mas enquanto espera ele fica alegre por saber tudo o que irá ver e poderá fazer lá, ele acha que isso é uma “felicidade potencial”, que ele sempre teve em algum lugar nele e as passagens (que estão na mesa, junto com suas malas e a chave do carro) irão finalmente ajudá-lo a ter essa felicidade.
Então o telefone começou a tocar, preocupado, seu marcos foi atendê-lo e as notícias mudaram tudo... A viagem fora adiada, não se sabe para quando, e agora seu marcos irá passar seus próximos dias em casa... Olhou novamente para a sala, mas em vez da mesa, dessa vez ele olhou para todo o resto da casa e viu uma bagunça, percebeu quantas coisas ele tinha para fazer! seu marcos sorriu, escolheu seu livro favorito, porque logo ele teria muitas coisas para arrumar... e o tempo voltou a passar.
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Apenas sonhos...
Além de característica, sonhar também é uma necessidade – necessidade de imaginarmos coisas que não estão presentes na nossa realidade, e assim darmos o primeiro passo para a melhorarmos. E, ao lado do sonho, estão a imaginação e a criatividade, que nos dão ferramentas para fazermos essas melhorias. É isso o responsável pelo homem ter se diferenciado dos outros animais, criando uma sociedade, tecnologia, ferramentas, tudo o que não existia inicialmente e que precisou ser primeiro imaginado e criado por alguém.
Quando eu era criança, minha mãe disse para não olhar para o sol.
Mas quando eu tinha seis anos, olhei."
(de um filme)
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Realidade e outros sentidos...
Muitas pessoas já devem ter pensado ou ouvido falar sobre algumas perguntas filosóficas de fim de dia, sobre realidade. Coisas como “se ninguém está vendo uma árvore, ela existe?”, e se você levar a sério esse tipo de pergunta, você vai acabar chegando a perguntas ainda mais complicadas sobre a definição de realidade... Mas não é bem sobre isso que eu quero falar.
Não sei quanto à realidade de algo, mas definitivamente, algumas coisas fazem mais sentido se existir alguém para vê-las... Imagine uma paisagem maravilhosa, talvez no alto de uma montanha (ou onde você preferir), de tal forma que uma pessoa que a veja ache bonita. Agora, imagine essa mesma paisagem, só que em algum lugar que ninguém nunca foi, e nunca irá. Ninguém nunca sequer vai saber que tal paisagem existiu, e jamais poderá achá-la bonita... Percebe o desperdício? Eu não estou pondo em dúvida a realidade desse lugar, mas a realidade de sua “imagem”, e o fato dela ser bonita (isso é algo muito subjetivo, para algo “ser bonito” ou não, depende muito de quem vê, assim, se ninguém ver, isso se torna irrelevante).
Já li algo sobre isso num livro, era sobre o reflexo de raios de Sol no mar. Dependendo da onde você esteja, você verá a imagem refletida do Sol de uma forma diferente... Nesse caso, a dependência em relação ao observador é ainda maior. Então, qual é a realidade dessa imagem? (e se não houver ninguém para ver?)
Acho que as coisas podem ser classificadas quanto a isso! Existiria a categoria daquelas coisas que simplesmente existem, independente de quem as veja... e uma outra categoria, das coisas que só existem (ou pelo menos, só fazem sentido) se houver um observador que possa percebê-las...
Mas, eu acho que ainda existe mais uma categoria (e é sobre isso esse texto), daquelas coisas que só existem (ou pelo menos só fazem sentido) se houver não uma, mas duas pessoas para percebê-las... Essa categoria não é sobre coisas materiais, mas coisas ainda mais subjetivas, emoções e sentimentos. Por exemplo, uma piada. Ela pode até ser engraçada, mas o será muito mais se você tiver alguém para contar, ou rir com você...
Existem certas coisas que simplesmente não fazem sentido para alguém sozinho.
(Eu e todos os meus outros eus... Mas onde está você?)
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Saudades
domingo, 17 de maio de 2009
Silêncio
Qualquer um diria que ele era apenas mais um entre tantos, e provavelmente acertaria. Mas havia algo nele que não se ajustava a todos os outros, havia um silêncio nele que o fazia andar sozinho e o impedia de viver normalmente... Um silêncio que ocupava uma parte enorme e importante dentro dele, um vazio muito bem definido e conhecido seu.
Já era um hábito que ele tinha há muito tempo, essa mania de andar. Não que ele estivesse indo para algum lugar especial (às vezes ele nem saia do quintal...), é que era assim que ele funcionava. Às vezes gostava de ver o que estava a sua volta (e se sentia meio bobo por prestar atenção em tantos detalhes pequenos), porém na maioria dos dias ele não se importava com nada, estava preocupado demais com essa alguma coisa que lhe fazia muita falta.
Ele percebia muito claramente isso, que algo lhe fazia falta. Sentia-se incompleto e isso o impedia de viver (ou será que era justamente o contrário? E ele talvez fosse incompleto por não viver?). Portanto, sentia uma necessidade de procurar algo... um monte de coisas! Alguma coisa.
Em parte, ele apenas gostava de sentir o calor do Sol, porém também podia andar a noite para sentir frio. Ele também gostava muito da noite! Adorava ver as estrelas! Conhecia seus nomes e desenhos... e pensava em como elas estavam longe... demais. Ele sabia que o quer que procurasse, não poderia ser encontrado lá, então se cansava de olhar.
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Incompletude
E é assim que eu começo o meu blog, que eu nem sei se vou continuar, nunca fui muito regular em escrever então não sei como ele vai ser... Acho que esse texto se adapta bem ao meu blog também, sem um fim definido, variando entre esses dois estados de "dia" possíveis, esperando por um novo post meu...
Também não sei se serei lido por alguém... (mas você está me lendo agora! \o/). Mas isso não é importante, o blog deve funcionar por si mesmo, pelo menos quando eu tiver vontade de escrever...
E, roubando uma frase de uma amiga, também quero começar o meu blog assim:
"qual o sentido da vida?
leste....definitivamente...leste!"