sexta-feira, 19 de junho de 2009

Apenas sonhos...


Sonhar é uma das melhores características do ser humano. É o que nos faz diferentes de um animal (ok, um cachorro pode imaginar comida quando está com fome ou ainda um portão aberto quando está preso, mas isso são necessidades básicas e instintivas, não são exemplos tão complexos quanto um sonho). É a capacidade de imaginar um mundo melhor, mesmo quando esse mundo não existe, que nos faz capazes de mudar (ou ao menos tentar mudar) qualquer coisa (um monte de coisas... alguma coisa!). Também é uma ferramenta para nós julgarmos o nosso próprio mundo e encontrarmos o que está errado, ou o que está faltando.


Além de característica, sonhar também é uma necessidade – necessidade de imaginarmos coisas que não estão presentes na nossa realidade, e assim darmos o primeiro passo para a melhorarmos. E, ao lado do sonho, estão a imaginação e a criatividade, que nos dão ferramentas para fazermos essas melhorias. É isso o responsável pelo homem ter se diferenciado dos outros animais, criando uma sociedade, tecnologia, ferramentas, tudo o que não existia inicialmente e que precisou ser primeiro imaginado e criado por alguém.

Mas, voltando a um ser humano (sociedades são organismos complexos e muito pouco humanos para esse texto), outra coisa relacionada importante é a esperança, que talvez possa ser definida como aquilo que nos faz acreditar em um sonho. Também é preciso lembrar que certos sonhos (e suas esperanças relacionadas) podem ser muito perigosos, devido ao choque com uma realidade inacessível que nos atinge, mas esse é o preço a se pagar por ser humano..."


"17:22. Anotação pessoal.
Quando eu era criança, minha mãe disse para não olhar para o sol.
Mas quando eu tinha seis anos, olhei."
(de um filme)

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Realidade e outros sentidos...


Muitas pessoas já devem ter pensado ou ouvido falar sobre algumas perguntas filosóficas de fim de dia, sobre realidade. Coisas como “se ninguém está vendo uma árvore, ela existe?”, e se você levar a sério esse tipo de pergunta, você vai acabar chegando a perguntas ainda mais complicadas sobre a definição de realidade... Mas não é bem sobre isso que eu quero falar.

Não sei quanto à realidade de algo, mas definitivamente, algumas coisas fazem mais sentido se existir alguém para vê-las... Imagine uma paisagem maravilhosa, talvez no alto de uma montanha (ou onde você preferir), de tal forma que uma pessoa que a veja ache bonita. Agora, imagine essa mesma paisagem, só que em algum lugar que ninguém nunca foi, e nunca irá. Ninguém nunca sequer vai saber que tal paisagem existiu, e jamais poderá achá-la bonita... Percebe o desperdício? Eu não estou pondo em dúvida a realidade desse lugar, mas a realidade de sua “imagem”, e o fato dela ser bonita (isso é algo muito subjetivo, para algo “ser bonito” ou não, depende muito de quem vê, assim, se ninguém ver, isso se torna irrelevante).

Já li algo sobre isso num livro, era sobre o reflexo de raios de Sol no mar. Dependendo da onde você esteja, você verá a imagem refletida do Sol de uma forma diferente... Nesse caso, a dependência em relação ao observador é ainda maior. Então, qual é a realidade dessa imagem? (e se não houver ninguém para ver?)


Acho que as coisas podem ser classificadas quanto a isso! Existiria a categoria daquelas coisas que simplesmente existem, independente de quem as veja... e uma outra categoria, das coisas que só existem (ou pelo menos, só fazem sentido) se houver um observador que possa percebê-las...

Mas, eu acho que ainda existe mais uma categoria (e é sobre isso esse texto), daquelas coisas que só existem (ou pelo menos só fazem sentido) se houver não uma, mas duas pessoas para percebê-las... Essa categoria não é sobre coisas materiais, mas coisas ainda mais subjetivas, emoções e sentimentos. Por exemplo, uma piada. Ela pode até ser engraçada, mas o será muito mais se você tiver alguém para contar, ou rir com você...
Existem certas coisas que simplesmente não fazem sentido para alguém sozinho.


(Eu e todos os meus outros eus... Mas onde está você?)